terça-feira, 29 de julho de 2008

Faz algum tempo...


Faz algum tempo, não sei o exato, que não nos vemos
Lugares que apenas transmutam lembranças
Há horas que ainda convivemos
Com a falta, com aquilo que nos aconteceu.

O que você ainda espera de mim?
O que pensa da minha pessoa?
Será que ainda há aquele perfume de jasmim?
ou será que apenas são águas passadas?

Faz algum tempo, talvez bastante tempo que nos conhecemos
Podem também fazer alguns minutos
Mas pode passar todo o tempo em que vivemos
e ainda não será o suficiente pra sermos íntimos.

Dor, inevitável como a saudade que me causa
Ternura, tímidez, mas sem afeto
Você não é o único que perdeu uma causa
Porém é o único que está feliz com tudo isso.

O que você está esperando para me enterrar?
O que espera ainda, pra me fazer desabar?
Você ainda não percebeu que me mata a cada dia?
ou sua inocência deixa as coisas tão imperceptiveis?

Faz algum tempo, os sinos tocam, mais uma hora se passou
Mais uma hora, mas isso nunca acaba
O que você faria se fôsse quebrado em mil pedaços?
Você suportaria? Pra mim ainda não acabou.

Se você tivesse que lutar todos os dias
Nada seria suficiente
Se você tivesse que passar as horas
de vagar, apenas pensando nos meus olhos
Você se sentiria contente?

A cada hora, cada minuto que vivemos
Na distância, em minha solidão
Minha doce maldade me amargura
Mas você ainda me mata em todos os momentos
e alimenta ainda a doce ilusão do meu lamento.


By Clara Gunner®

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Saudades...


Tenho saudade dos momentos de menos duração,
Das frases mais essenciais,
Das coisas mais simples,
Tenho saudades de gestos pequenos de grandiosidade imensa
De atitudes decisivas
De alguem forte que vivia dentro de meu ser
Tenho saudades do céu, do ar, do cheiro
Tenho saudades de uma semana, um dia,
uma hora ou um simples minuto
Tenho saudades da vida, das sombras,
Da lua, e de um simples agradecimento
Tenho saudades das palavras que dizia
Das coisas que fazia
Mas sobretudo, tenho saudades de pessoas
E da saudade que eu sentia delas
Do brilho, da fama, da sinceridade
Tenho saudades da sabedoria inocenteda,
 virtude de criança
Que me embalava no simples som de seus dedos ao violão
Da energia que fazia cantar e encantar a vida
Tenho saudades das memórias, dos lugares, das paisagens
E condenadamente tenho saudades da poesia
Tão simples e sublime
Em seu gesto de transmitir sentimentos como a saudade.
By Clara Gunner®